quinta-feira, 30 de agosto de 2012

ENTREI PARA O GUINNESS BOOK!

É SERIO!

A historia de como eu entrei acidentalmente para Guinness World Records. Sim, foi acidental... Mas dane-se, afinal de contas, ainda sim estarei lá.

Retornei em uma quinta-feira para Bangkok depois de uma temporada terrível de um mês em Jakarta. - odeio a indonésia!!! - Ual, foi quase como voltar a comer a comidinha da mamãe depois de anos, a tradução de alívio em si. Logo recebi a noticia de que teria que viajar para o interior no final de semana, direct-book, todos estavam reclamando. Essa é a mania feia dos modelos, reclamam de tudo feito crianças choronas. Eu estava animada, vontade de trabalhar, me sentir útil, fazer algo. Fui sem mesmo saber o cachê, estava satisfeitíssima em saber que era um fashion show e iria ser em  KRABI. - Pô, galera... Krabi é da-hora... Dane-se ser a 15 horas de ônibus. Vamos parar de estrelismo aí, pensei.

A viagem começou com atraso por culpa dos modelos e organizadores da ELITE. Tudo bem. Não tem problema. O ônibus era estilo asia, com espalhafatosos enfeites e cortinas, mas tinha TV e Ar condicionado. Até mais espaço do que imaginei, para ser sincera. Em qualquer viagem com a universidade eu pediria dois bancos para mim devido ao tamanho das minhas pernas, mas droga... Como fazer isso em meio a 50 modelos cumpridas???? Paramos para jantar depois de duas horas de viagem, o jantar era um mexidão de arroz com frango e ovo, era em pequena quantidade, mas também não como arroz depois das 17hs. Gosto da comida Thai, não tive porque reclamar. Pé na estrada, vamos que vamos.

SHIT!

Para entrar para a historia as coisas não podem ser tão fáceis... Se são, não tem graça nenhuma. O que eu estaria escrevendo nesse momento? Provavelmente um tweet de 140 caracteres. Aconteceu tipo assim, "Ops, o onibus quebrou. Está vindo outro lá de Bangkok, teremos que esperar aqui". Era madrugada, os mosquitos nos comiam e tinha uma 7Eleven no caminho - ah, como é bom comer besteira -. Foram quatro horas de espera, mais as horas restantes da viagem. Chegamos em cima da hora no ensaio e não tivemos nem café da manha.

Maldita Krabi a 15 horas de busão. Eu disse Krabi? Desculpe, me enganei... ELES ME ENGANARAM!!!! O evento foi em Hatyai, uma cidade próxima. Isso também pouco importou, não tive tempo quase nem para dormir. O almoço só chegou as duas e era uma porção minuscula do mesmo prato da janta anterior, só que feito com muito menos capricho. Nessa hora parei de achar tudo tão massa. Estava estressada. Então decidi indagar, "que trabalho é esse, produção? Porque tem tanta gente aqui?"... Achei a resposta patética, foi algo como: Bixa, você não sabe? Esse desfile vai entrar no livro dos recordes, é babado. Pensei comigo, "claro... assim como vou fazer um trabalho maravilhoso em um paraíso tropical". E que droga, esquisitice asiática... pra que tanto modelo??? Ai, cansei de ser sexy.

Fizemos o desfile... 300 e tantos modelos... Foi uma bagunça divertida, era mulher pra todo canto, gente tirando e colocando roupa, maquiagem para todo lado. Optei por fazer a minha make-up e fiquei parecendo a filomena, mas ainda sim foi menos estressante do que esperar a minha vez naquela fila gigante. Quando deu a hora de descer para o desfile, que foi em uma passarela enorme montada na rua, o que era aquele maldito calor? Essa foi a hora em que vi o Gringo representante do Guinness. 

Bah, é para o Guinness mesmo? Beleza então. 

No encerramento ficamos enfileirados na passarela por uns 20 minutos até a solenidade acabar. Droga, foi o tempo mais longo em cima de um salto em toda a minha vida. Voltamos para o hotel, o dono da minha agencia nos agradeceu em uma reunião, jantamos em um restaurante maravilhoso, as meninas foram pra balada e eu dormi o sono merecido. Acordei cedo, café da manhã gostoso de hotel, exótico, mas super válido. 

Pé na estrada pois tempos mais 15 horas de viagem. Dessa vez pudemos escolher a comida e encontramos uma variedade incrível de alimentos que fariam até um baiano dar-para-trás. Eu, que não sou besta nem nada, pedi o meu Pad Thai, um macarrão tailandes maravilhoso. Tudo estava indo bem até que, OPS, GALERA, O BUSÃO QUEBROU DE NOVO. Senta na calçada e chora com os mosquitos. Meu-Deus-eu-só-quero-minha-casa!

Não dei importância nenhuma a esse evento até semana passada, quando o certificado de participação chegou. Poxa, então era verdade... Ainda assim passei alguns dias sem perceber o quanto era legal, pensei ate em deixar aquele pedaço de papel por ai, quem se importa? Não sei, mas é melhor guardar, pois no livro dos recordes, provavelmente, não terá meu nome. E já que gosto tanto de contar estorias das desventuras aventuradas que levo por esse mundo a fora, certamente essa é uma delas. É legal ter uma prova de feitos tão esquisitos. 

O desfile com o maior numero de modelos da historia do planeta Terra. Eu estive lá!





foto de Saga Sachnik
BACKSTAGE

foto de Saga Sachnik


foto de Saga Sachnik

foto de Saga Sachnik

foto de Saga Sachnik
THE ONLY MODELS

foto de Saga Sachnik
VISTA DO HOTEL
foto de Saga Sachnik


PROVA DO CRIME
foto de Saga Sachnik
PÉ NA ESTRADA
foto de Saga Sachnik


foto de Saga Sachnik


Agradeço a Saga Sachnik pelas fotos.

domingo, 26 de agosto de 2012

Tardes vãs suspensas



Acordei tarde com a luz se esparramando em meu corpo nu envolvido no lençol. Domingos claros de agosto. Bangkok me proporciona uma sensação de lar inacreditável, a diferença é que o agosto daqui lembra o janeiro lá de casa. Minha estação favorita. Despertei sentindo falta dele e fiquei como uma gata, embaraçando na minha cama de solteiro grande.

Percebo que apaixonada, me perco em imagens imaginadas. Tudo o que experimento, seja gosto, cor ou moveis, só faço sentir falta da companhia para compartilhar meu estranhamento ou contentamento. Pensando bem, o tempo tem sido muito generoso conosco... Sei que ele odeia a minha contagem, mas insisto me apaixonar mais em cada dia, desde a ultima vez que meus lábios o tocaram... Lá em abril.

Levantei da cama e tentei usufruir de cada gota quente do banho. Sem perceber, espirrei o perfumei que ele gosta... Fazia tanto tempo que não usava essa colônia... Que gostoso, trouxe para perto os dias de amor. Desejei pães-de-queijo e perdi algum tempo cozinhando, coloquei para assar, fiz chocolate gelado para sentar na varanda e deliciar a solitária privacidade domingueira. Sorri sozinha... Lembrei de um dia em que senti a mesma vontade incontrolável e o meu bem, tão querido, realizou para mim. Preciso ouvi-lo... Preciso!

Foram minutos dengosos. Sou a garota dele, ah, sou sim! Desliguei o telefone e imediatamente uma chuva muito forte começou a cair. Ainda assim o sol teimava e não ofuscar, a luz mais forte que senti. Sonhei acordada com ele do meu lado naquela hora. Mais do que isso... Admito, morrendo de vergonha, que consegui ver nossa casa, a varanda, banco de madeira, balanço pendurado na arvore, nosso pão-de-queijo, nossa preguiçinha dominical.

É doce pensar assim. Se ao lado dele estiver, parecem tão mais românticas as coisas simples da vida. Casa pequena, quintal de terra, redes e mosquitos, poças de água de chuva no chão. Praia ou montanha, mato ou cidade. Ou um pouquinho do mato no meio da cidade, não me importaria em regar o nosso jardim em um agosto seco. Como somos impetuosos juntos... Como ele é metido, galante e amável. Ele me confunde tanto naquela vontade toda de viver. Convencido, disse que sabe dos meus segredos... Mas eu não confesso, não mesmo, a não ser que agora ele conte os dele também.

Que medo disso. Não de sentir, na verdade temo soar precipitada. Mas, sim, prefiro ser romântica. Assim como prefiro pensar na beleza da ideia de estarmos morando distantes, mas ainda no mesmo lado da Terra, lado aonde o sol vem se esconder.

Ah, o sol... Na rua e no meu coração. A ânsia por um novo encontro não faz mais questão de camuflagem. Nossos olhos já terão visto outros oceanos, mas estaremos ali. Meu corpo outra vez nele e então o nosso tempo. Nosso horizonte sem fim. 

Enfim. Posso agora dizer da forma mais boba, confessar... “Essa tarde o sol foi só por você”.

varanda da casa de modelos