quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Presentes de aniversário


D.

Dê-me qualquer beijo
Dedicada dama
De dom reluzente
Delicada face
Deliciosa-mente

Desperta desejo
Deleite divino
Denominação:
Deidade menina,
Desirêe Galvão

(Allê Rodrigues)


Poema de Aniversário (ou dos cantos da
natureza)

A vida esqueceu a janela aberta,

E por ela entraram veraneios valsados;

Ventos Romanticídas; Corações kamikazes.

Pela porta, entreaberta, saíram calmamente

As tristezas encardidas de um suave odor.

E o ano caminhava – elegantemente – pelas ruas

Do tempo esquecido de ruínas.

Eu me encontrava ali: em mais um dia de aniversário.

Presenteavam-me com canções inéditas, os pássaros delirantes.

Saudavam-me – sucintas – as árvores tímidas e frondosas.

Era tempo de mudanças. De promessas que se refariam à medida certa.

Era tempo de velhas flores, agora com um ar de maduras (indecentes, talvez.)

Era chuva que caía nas tardes solitárias e conservadoras.

Era o pódio de chegada da vida que acabara de cumprir (com alguns arranhões)
mais um ciclo.

E a noite, que me apresentou a Lua tão ensimesmada, participava das nuvens
coloridas e incessantes.

Era o fim de mais uma vida que se iniciaria no outro dia.

Aplaudi em pé, aquele espetáculo, e comprei os ingressos (quase esgotados) para
a próxima peça: mais um ano que começaria.


Renan Rosenstock

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